sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sharkey embarca em mais uma referência errada

Sharkey citou no seu post a frase usualmente atribuida a De Gaulle de que "o Brasil não é um país sério" em mais um dos seus costumeiros ataques a tudo que esteja relacionado ao Brasil. Esta é uma estória curiosa. O embaixador brasileiro na França nos anos 60, Carlos Alves de Souza, escreveu no seu livro de memórias:
“Provavelmente o jornalista telegrafou ao Brasil não deixando claro se a frase era minha ou do general De Gaulle, com quem eu me avistara poucas horas antes desse nosso encontro casual. Luiz Edgar é um homem correto, e estou certo de que o seu telex ao jornal não teve intuitos sensacionalistas. Mas a frase “pegou”. É evidente que, sendo hóspede do General De Gaulle, homem difícil, porém muito bem educado, ele, pela sua formação e temperamento, não pronunciaria frase tão francamente inamistosa em relação ao país do Chefe da Missão que ele mandara chamar. Eu pronunciei essa frase numa conversa informal com uma pessoa das minhas relações. A história está cheia desses equívocos”.
Mas vocês conhecem bem o caráter de Sharkey e mais um de seus equivocados comentários. Com o acidente da Air France, o jornalista voltou aos seus insultos e depois a reclamar das reações.

O mais curioso é que por coincidência a "Guerra da Lagosta" foi bem na região onde o AF 447 desapareceu. Para quem quer se informar melhor:

"A Guerra da Lagosta, como denominado jocosamente à época pela imprensa, foi um contencioso entre os governos do Brasil e da França, que se desenvolveu entre 1961 e 1963. Alertada por pescadores nordestinos, uma embarcação da Marinha do Brasil flagrou barcos de pesca franceses pescando lagosta clandestinamente na costa de Pernambuco, em águas territoriais brasileiras, sendo convidados a se retirar. O episódio passou a ser referido nos meios de comunicação brasileiros como a Guerra da Lagosta. Na imprensa francesa, diante dos protestos dos pescadores de lagostas sobre os seus supostos direitos de pesca, travou-se um aceso debate sobre o enquadramento da lagosta enquanto item de pesca e outras considerações sobre sua classificação como bem patrimonial do Brasil. Embora a frase "le Brésil, ce n’est pas un pays serieux" ("O Brasil não é um país sério"), seja tradicionalmente atribuída ao então presidente da França, general Charles de Gaulle, neste contexto, na realidade foi pronunciada pelo embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho, referindo-se à inabilidade com que o governo brasileiro conduzia este contencioso. À época, na imprensa francesa, suscitou-se uma polêmica curiosa: se a lagosta andava ou nadava. Caso nadasse, poder-se-ia considerar que estava em águas internacionais; caso andasse, estaria em território nacional brasileiro, uma vez que se admitia à época que o fundo do mar pertencia ao Estado Brasileiro. No debate diplomático entre o Brasil e a França, a comissão brasileira foi assessorada pelo então Almirante Paulo Moreira da Silva, especialista da Marinha do Brasil na área de Oceanografia. Durante os debates, os especialistas da França defendiam que a lagosta era apanhada quando estava nadando, ou seja, sem contato com o assoalho submarino (considerado território brasileiro), momento em que, longe do contato com a plataforma continental, poderia ser considerado um peixe. Nesse momento, o Almirante Paulo Moreira tomou a palavra, argumentando que para o Brasil aceitar a tese científica francesa de que a lagosta podia ser considerada um peixe quando dá seus "pulos" se afastando do fundo submarino, então teria, da mesma maneira, que aceitar a premissa do canguru ser então considerado uma ave, quando dá seus "pulos". A questão foi assim encerrada a favor do Brasil" (WIKIPEDIA).
Qual é o pais que não é serio? O que discute se lagosta anda ou nada? E quem é que se pode confiar? Pode-se confiar em quem cita frases sem origem confirmada para ofender uma nação?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Joe Sharkey e o acidente da Air France AF 447

Não levou muito tempo para Joe Sharkey ter que admitir que a culpa do acidente da Air France 447 não era do controle de tráfego aéreo brasileiro. Que pena não é meu caro Sharkey? Você gostaria muito que fosse, não é? Dia 2 ele rapidamente publicou um post descrevendo a forma como o ATC brasileiro teria derrubado o Airbus. Teve que admitir um dia depois que a culpa não foi do ATC simplesmente porque o Airbus não se encontrava mais no espaço aéreo brasileiro, só por isso. Este é um bom exemplo da atitude deste homem e desta forma pemite-nos compreender exatamente seu comportamento no evento do acidente da Gol.

Mas ele não desistiu, mesmo no seu último post em que ele se retrata, ele diz: "One small question remains, since the flight had only recently left Brazilian airspace when it crashed: When did Brazilian air traffic control last have contact with the plane; when should it have last had contact, and should it have warned that there were severe thunderstorms in the immediate path?". Entretanto, o Sr. Sharkey se esquece (convenientemente) que quem deve buscar e se preparar para as condições metereológicas do vôo é a tripulação. Não é o ATC que deve avisar a tripulação. O ATC até pode, e faz, suprindo deficiências da preparação da tripulação, ou mesmo auxiliando-as sempre que possível, mas esta é uma responsabilidade e obrigação da tripulação. Isto está absolutamente claro nas normas aeronáuticas. Como sempre Sharkey inverte as responsabilidades. No caso deste acidente, a responsabilidade da tripulação sobre os aspectos metereológicos que irá encontrar no voo é inquestionável porque sabe que estará sem nenhum apoio do controle de tráfego aéreo na travessia do Atlântico. Por que sobre os oceanos a responsabilidade é da tripulação e sobre os continentes é do ATC? Qualquer um com um mínimo de bom senso, o que falta a ele, sabe que a responsabilidade é sempre da tripulação, só que nos continentes ela pode contar com o auxílio, e não obrigação, do ATC.