segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Joe Sharkey agora faz campanha contra as Olimpíadas do Rio

Novo post de Sharkey: Brazil Team Training Hard for New Olympic Event: Synchronized Mayhem. Para quem não conseguiu traduzir, significa: “Time do Brasil Treinando Duro para Novo Evento Olímpico: Mutilação Sincronizada”.

Qual é a graça deste post de Sharkey? Este título lhe parece engraçado, cômico? Muitos poderiam se perguntar por que Sharkey se dedica a fazer uma campanha generalizada contra o Brasil, apontando sua metralhadora giratória para todos os lados? De certa forma pode-se entender, como americano, que se sinta frustrado pela escolha não ter sido por Chicago. Sharkey tem ultimamente se dedicado a destacar a criminalidade do Rio. Não se discute isto, mas isto seria algum motivo tão grave para ela não ser escolhida? Outros países não têm o direito de buscar uma vida melhor para seus cidadãos? A escolha do Rio não pode ser uma excelente oportunidade para a melhoria das condições econômicas de sua população e assim reduzir substancialmente seus índices de criminalidade? Estaria certo, por exemplo, impedir toda a evolução econômica por que passou Chicago nestas últimas décadas porque ela foi o berço dos gângsteres da Máfia?

Obviamente, a preocupação de Sharkey não é com a segurança dos turistas no Rio. A sua intenção persiste na associação que faz, desde o acidente da Gol, entre os problemas de criminalidade e, em consequência, de justiça, com o julgamento a que estão sendo submetidos os pilotos americanos no Brasil. Como já disse em outras oportunidades, Sharkey através de um conjunto de verdades indiscutíveis, como a criminalidade das cidades brasileiras, deseja criar uma predisposição internacional contrária às autoridades judiciárias e governamentais brasileiras e, assim, encontrar eco na mídia e entre aqueles que têm interesses políticos nestas questões. Com isto desvia o foco de atenções que é a responsabilidade dos pilotos pela imperícia ao desligar o transponder; ausência de consciência situacional em trafegar em sentido incompatível com as cartas aeronáuticas e imperícia no monitoramento dos instrumentos. Sharkey não cansa de destacar que o ATC brasileiro colocou o Legacy em rota de colisão com o Boeing, mas esquece-se que foi o desligamento do transponder que levou os controladores a este erro. O erro não começa com o ATC, o erro gravíssimo começa pela tripulação desligando o transponder.

Sharkey não usa seu blog para trazer fundamentos para a defesa dos pilotos, mas sim, para atacar o Brasil e os brasileiros, como se a criminalidade do Rio pudesse contribuir para inocentar os pilotos. Não se pode esquecer que Sharkey não é uma pessoa comum que dá sua opinião sobre os acontecimentos, ele é uma testemunha de uma acidente com fortes indícios de imperícia dos tripulantes e que possui conhecimentos sobre aviação. Tem todo direito de emitir sua opinião e defender quem quer que seja, mas não se pode admitir que uma testemunha faça piadas e ponha em dúvida o poder judiciário e cidadões do país que está julgando o crime. Se o acidente fosse nos EUA, com certeza não se admitiria que uma testemunha fizesse piada da justiça e dos cidadãos americanos. O seu dever moral e ético é defender os pilotos de modo racional e isento. Uma tripulação que desliga inadvertidamente o transponder; por quase uma hora não se dá conta disto e voa em sentido inapropriado em relação ao que está indicado nas cartas aeronáuticas, deve dar explicações muito convincentes para este comportamento.

Desconsiderar os erros da tripulação, aceitá-los como menores e corriqueiros, como fazem Sharkey e o NTSB, só podem ser compreendidos pelos brasileiros como uma ofensa ao bom senso e à razão, é um tapa na nossa cara. E o que significa o título deste post, para nós brasileiros? E qual os efeitos deste post para o julgamento dos pilotos americanos? Ele não está simplesmente querendo fazer piada de nós, ele pretende desqualificar os acusadores para inocentar os criminosos.

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