segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Joe Sharkey não desistiu de sua campanha

Desculpem-me pelo atraso neste post, mas desde que Joe Sharkey deixou de publicar no blog que dedicou ao Brasil (sharkeyonbrazil.blogspot.com), não percebi que continua a fazer sua campanha no seu blog dedicado ao público internacional (joesharkeyat.blogspot.com). Em 05/jul/2008 publicou “U.S. Court Declines to Hear Amazon Mid-Air Collision Damages Case”. Pelo visto, continua sua campanha para criar uma grande mentira a partir de algumas verdades.

Repete a ladainha da existência dos “buracos negros” da Amazônia. Não é capaz de entender que ninguém nega a sua existência, mas todos, sem exceção, são incapazes de associar qualquer contribuição de um eventual buraco negro ao acidente. Em nenhum momento, nem o Boeing da Gol, nem o Legacy deixaram de ser monitorados pelos radares. Se em nenhum momento seus movimentos deixaram de ser registrados, como os eventuais buracos negros da Amazônia poderiam ter contribuído para o acidente? Como foi bem colocado no relatório da CPI, os aviões voam pelos oceanos e desertos, onde não há radares ou rádios, nem por isto deixam de voar em segurança. Ao colocar esta questão quer fazer crer ao público internacional que a existência de buracos negros contribuiu para o acidente. O único registro que deixou de ser feito foi da altitude do Legacy, e todos sabemos porque: os pilotos não souberam operar o transponder corretamente, mas ele não menciona isto em seu artigo. Em outros artigos seus, afirma que o transponder estava com defeito. Mas os pilotos perceberam que o transponder estava desligado alguns segundos após o choque. Mas não perceberam que estava desligado, por uma hora? Por que não olharam para o painel de comando por uma hora? Se culpa os controladores de vôo por não observarem que os aviões estavam em rota de colisão, por que os pilotos não são menos culpados por não observarem por uma hora o painel de comando, onde claramente estava indicado que o transponder estava inoperante?

Repete que o controle de tráfego aéreo “ordenou” para os pilotos do Legacy trafegarem de S.José a Manaus na altitude de 37 mil pés. Por que o controle de vôo os faria atravessar todo o Brasil na contramão? Que deslize perigosíssimo e sem precedentes seria este? Suponha que você é um piloto que recebe um plano de vôo que prevê várias mudanças de altitude, adequadas ao peso da aeronave e às regras das aerovias previstas em sua carta aeronáutica, elaborado por uma empresa americana especializada em planos de vôo, você aceitaria uma “ordem” da torre de controle da cidade de S.José para voar na contramão de Brasília à Manaus? Só um piloto, completamente irresponsável, voando em um país que nunca voou, em um avião que pilotava pela primeira vez, com uma aviônica desconhecida, que não houvesse estudado o plano de vôo, entenderia tal liberação incompleta como um “ordem” válida para todo percurso sem questioná-la. O controle de tráfego aéreo não "ordenou" aos pilotos que voassem na contramão, como quer parecer o Sr. Joe Sharkey, eles simplesmente transmitiram o plano de vôo de forma incompleta, como fazem milhares de vezes por dia, mas que é compreendida corretamente pelos pilotos que aqui voam. Se fazem isto há anos, porque não teria sido corrigido há muito tempo? Porque só um piloto, completamente inexperiente no espaço aéreo brasileiro entenderia de outra forma.

Sempre me pergunto se alguém com um mínimo de dois neurônios e que tenha acesso a outras fontes de informação ainda acredita no Sr. Joe Sharkey.

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