quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O comunicado da FAB não altera a situação dos pilotos do Legacy

Sharkey não é capaz de compreender duas coisas extremamente simples, ou quer esconder, e que mostram de modo indiscutível a culpa dos pilotos do Legacy:

1. O controle de tráfego aéreo NÂO colocou as aeronaves em rota de colisão. Os pilotos simplesmente não compreenderam uma liberação, que omitiu a expressão “as filed”. Esta expressão significa que eles estariam liberados conforme seu plano de vôo. Por que omitiram esta expressão? Porque este é um mau hábito do controle de tráfego aéreo, adquirido porque só excepcionalmente os vôos são liberados de forma diferente do requisitado pelos pilotos no plano de vôo. E isto não ocorre só AQUI no Brasil! Podem pesquisar na internet que vão encontrar este problema em TODO MUNDO. E se o inicio do trecho liberado é conforme o plano, é claro que o plano foi mantido. Não faz sentido manter o início do trecho e mudar o final. Qualquer piloto sabe isso. Os pilotos ao invés de perceberem a omissão da expressão, entenderam que o plano de vôo deles seria outro. Por que? Porque não analisaram seu plano de vôo e não sabiam quais eram os níveis previstos no plano de vôo que foi requisitado em seu nome por sua companhia. Em certo momento das gravações Paladino diz a Lepore que esperava que a liberação fosse para o nível 38.000 pés, e não 37.000 pés. Por que indaga isso se o plano de vôo deles previa 37.000 pés até Brasília? Porque para o rumo que estavam eles deveriam ocupar um nível par, entretanto de Poços de Caldas a Brasília a aerovia UW2 é de mão única, e assim as aeronaves podem ocupar qualquer nível. O plano de vôo deles, muito bem feito pela Universal Weather, previa um nível melhor para o consumo de combustível e peso da aeronave, mas os pilotos nem mesmo analisaram o seu plano de vôo, e não sabiam nada disso. As normas de vôo, EXIGEM que os pilotos se preparem para o võo, eles devem analisar o plano de vôo ANTES de embarcar. Eles devem saber os pontos (cidades) por que passarão e os níveis de vôo. Não é de boca que se fica sabendo para onde vão. Se tivessem feito isso, não teria ocorrido este acidente.

2. E agora o transponder: NÃO importa o motivo que fez desligar o transponder. Ele ficou desligado por UMA HORA! É claro que não houve nenhuma intencionalidade nisso, mas é dever dos pilotos monitorar os instrumentos. Se eles deixam de funcionar, especialmente um instrumento fundamental para a navegação aérea, é sua obrigação tomar as medidas necessárias. Além disso ainda não está rejeitada a hipótese, extremamente provável, de que operaram inadequadamente o transponder e o rádio. E aí sim é que as coisas se complicariam muito mais para eles.

O que é falso nas declarações do Sharkey: todas as deficiências do tráfego aéreo brasileiro, que são reais, NÂO tiveram nenhum papel neste acidente; NÃO havia buracos negros; NÂO havia pane de radares; NÃO havia pane de rádio; os controladores NÃO estavam sobrecarregados no momento do acidente. Não quer dizer que isto não possa existir, mas NÂO contribuiu para o acidente. A culpa do tráfego aéreo foi não agir com a presteza necessária para contatá-los quando o transponder desligou. Por que não tomaram as providências que deveriam ser tomadas? Porque em nenhum momento passou pela mente dos controladores que os pilotos estariam cometendo tamanha insensatez de voar na contramão entre Brasília e Manaus.

2 comentários:

Tenney Naumer disse...

When that transponder went off, and when the controllers knew that it was not working properly, it was the controllers' responsibility to contact the Legacy and put them at least 2000 meters in altitude distant from any other planes. If they could not be contacted, then it was the controllers' responsibility to contact the Gol and put them 2000 meters in altitude away from the Legacy. You never ever mention this fact.

airWatch disse...

Cara Cassandra,
Parece que você continua com alguma dificuldade de compreesão desdes eventos. Contatar o Legacy após a perda do sinal do tranponder já ficou mais do que claro que era sim uma resposabilidade do controle de tráfego aéreo. Eles tentaram este contato cerca de 20 minutos após esta perda de sinal, mas como o Legacy estava sintonizado em uma freqüencia inapropriada para o setor eles não ouviram este chamado. Sua observação, que eles deveriam colocá-los 2000 metros afastados de outros aviões, só faz sentido se o controle de tráfego aéreo soubesse que altitude eles estavam. Era algo inimagínável para qualquer ser humano de bom senso supor que o Legacy estivesse em um nivel "impar" (370) na aerovia UZ6 como efetivamente eles estavam. Para todos os efeitos, o controle de tráfego supunha que o Legacy estaria seguindo o seu plano de vôo. Eles desconheciam a confusão que eles fizeram em S.José dos Campos. Nesta aerovia, desde que obedecidas as suas regras, os aviões não precisam de rádios, radares, transponders ou qualquer auxílio do controle de tráfego aéreo para voar em segurança. Basta seguir o que está indicado nas cartas aeronáuticas. É como voar sobre o oceano onde não há nenhum destes recursos. Os erros do controle de tráfego aéreo foram não insistir com as tentativas de contatos com o Legacy e não imaginar que poderia estar havendo uma situação de risco. Ou seja, o controle de tráfego aéreo não agiu com a velocidade necessária para corrigir os erros dos pilotos nem percebeu um possível risco de colisão. Os erros de estarem em um nível incompatível com as regras da aerovia UZ6 ao confundirem uma autorização verbal da torre de S. José que utilizou uma fraseologia incompleta, confusão esta causada pela falta de familiaridade dos pilotos com o espaço aéreo brasileiro, e voar sem o transponder adequadamente ajustado, continuam a ser dos pilotos.
Abraços.