A piada do dia é que as pistas de Congonhas ganharão 300 metros de área de escape, através da redução de 300 metros de pista. Jobim disse que essas mudanças entram em vigor a partir do próximo sábado (15). Dia 15? Porque não hoje? Porque não entram em vigor com data retroativa a janeiro de 2007?
Este é um país de gente que só sabe reclamar mesmo. Então a pista já tinha área de escape no dia do acidente da TAM, e ninguém sabia? Será que na verdade eles não estão querendo dizer que serão aplicadas restrições aos aviões para pousar e decolar em Congonhas? É a primeira área de escape criada por lei e data marcada.
Antonio Ribeiro no blog da Veja, chega ao rídiculo de levar em frente uma proposta de construir um atoleiro no final da pista como se isto tivesse algum efeito no acidente da TAM. O que é o “atoleiro” do Ribeiro? "Trata-se de uma área no final da pista -- tem em torno de 8 por 23 metros --, pavimentada com concreto poroso ou “cimento celular” que se rompe quando a força do peso do avião é exercida sobre sua superfície. O “atoleiro” é mais eficaz que uma caixa de areia ou brita nas zonas de escape das pistas de automobilismo. Ele tem a função de desacelerar o avião de forma controlada causando-lhe pouco dano e mais importante, permitindo que os passageiros sejam desembarcados com vida [...] O sistema, criado em 1996, conhecido como EMAS -- Engineered Material Arresting System -- é capaz de reter um jato comercial de grande porte a 130 km/h. " Curiosamente o único "atoleiro" que atende as especificações da FAA - Federal Aviation Administration - é de uma única empresa - ESCO - de Nova Jersey. Foi implementada em vários aeroportos americanos, mas curiosamente no aeroporto de Chicago Midway, muito parecido com a situação de Congonhas, está em testes em uma pista auxiliar e há planos para colocar em outras pistas. O aeroporto Regan de Washington ainda não tem planos de colocá-lo, pois não há espaço para isso, e como não são idiotas, não reduzirão o tamanho da pista. Ou seja, isto não está nem testado, e nos quatro casos em que os aviões pararam no atoleiro, teriam parado de qualquer jeito. A própria FAA propõe que os aeroportos comerciais tenham uma Área de Escape de Segurança quando possível. O que se sabe é que isto tem um efeito mínimo sobre a segurança dos passageiros. É claro que qualquer medida de segurança é bem vinda, mas em nenhum acidente que ocorreu até hoje em Congonhas, o atoleiro do Ribeiro teria qualquer efeito. Se a velocidade for maior, rompem-se os trens de pouso, as asas tocam o solo e com o calor das turbinas provocam um grande incêndio, com atoleiro ou sem atoleiro.
Há quatro casos registrados de aviões pararem em atoleiros, três deles no aeroporto Kennedy de Nova York. Em 1999 um Saab 340B, um pequeno avião, com 3 tripulantes e 26 passageiros, errou a aterrisagem na enorme pista do aeroporto, ultrapassou o final da pista a 75 nós e percorreu 75 metros de um atoleiro de 120 metros. Só para lembrar, o Airbus estava a 140 nós, com 185 passageiros e tripulantes. Nós outros casos, os aviões já estavam praticamente parados quando chegaram ao atoleiro. Em testes um 727, um avião bem menor que o Airbus,precisou de 85 metros de atoleiro para parar a 55 nós. Ou seja, são casos que o único efeito foram diminuir os danos para os aviões. É claro que deste modo as companhias aéreas gostariam de que todos os aeroportos contassem com os atoleiros.
O mais curioso é que se discute todas estas obras faraônicas quando todos sabem que a causa do acidente foi uma simples manete na posição errada.
Este é um país de humoristas mesmo. Seria cômico se não fosse trágico.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário