domingo, 16 de setembro de 2007

A nova área de escape virtual de Congonhas

Para vocês verem como esta nova área de escape "virtual" de Congonhas é uma tremenda bobagem em termos de engenharia basta lembrar que o problema do tamanho das pistas está na decolagem e não no pouso. Portanto, reduzir o tamanho da pista seria aumentar o risco de decolagem dos aviões, e é lógico que alguém com no mínimo dois neurônios não vai reduzir o tamanho de uma pista, botando em risco todas as operações para beneficiar uma situação que ocorre em casos excepcionais de uma aeronave continuar reto em uma operação de pouso. Podem ver que em todos os pousos mal sucedidos, os aviões saem pela lateral da pista, normalmente por intenção do próprio piloto, que em último caso em uma situação de emergência provoca um cavalo-de-pau. Mesmo em pousos, não faz sentido reduzir o tamanho da pista para ter mais área de escape. Quanto maior a pista melhor. É preferível manter a pista a reduzi-la para fazer área de escape. O avião freia melhor e tem menor risco do que parar de barriga. Vocês são capazes de imaginar que tendo a possibilidade de usar uma pista maior para decolagem, alguém vai destruí-la para tornar área de escape? Então, isto que nós estamos vendo, é o que nós podíamos dizer que é “para inglês ver”. É uma medida de marketing do Jobim e ANAC para a mídia. A única coisa que foi feita na prática foi aplicar restrições mais severas para o pouso e decolagem de aviões. O mais curioso é que esta medida tem poucos efeitos sobre os Airbus, por exemplo, que têm os menores requisitos neste sentido.

Complemento - 22/10/2007:
Aeronáutica muda restrição no aeroporto de Congonhas
Folha de S.Paulo, em Brasília
19/10/2007 - 10h02

Um mês após criar as áreas de escape no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), por ordem direta do ministro Nelson Jobim (Defesa), a Aeronáutica alterou ontem (18) a restrição para permitir que aeronaves de maior porte voltem a utilizar a pista auxiliar para decolagens.

A medida atende aos interesses das empresas aéreas, que enfrentavam atrasos devido à fila para o uso da pista principal do aeroporto.

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