Já escrevi exaustivamente sobre o acidente da Gol vôo 1907, mas recentemente encontrei algo que explica ainda melhor porque se deu a confusão em S.José dos Campos, fazendo com que os pilotos do Legacy entendessem errado a liberação (clearance).
Vejam as instruções sobre liberações do Capítulo 5 (South America Region) do DoD – Flight Information Publication - que contém dados aeronáuticos para o planejamento de vôos.
Traduzindo:
“1. O piloto em comando, a qualquer momento, se estiver em dúvida, deve solicitar um descrição detalhada da rota ao Controle de Tráfego Aéreo.”
“Nota: Muitos países sul americanos usam o termo “Cleared Direct” para um fixo quando eles querem dizer para um piloto que voe pela rota planejada até o destino final ou o ponto fixo liberado. Tenha cuidado quando aceitar uma rota direta para um fixo, ou questione o controlador sobre suas reais expectativas”.
Ou seja, está presente até mesmo nestas orientações a forma como os controladores de vôos sul-americanos fazem sua liberação. Não é uma novidade para os pilotos estrangeiros que voam aqui. O mais interessante neste texto são as centenas de páginas descrevendo as idiossincrasias de cada país. Ou seja, até este texto já reconhece que cada país tem suas próprias características e que os pilotos devem conhecê-las para não por os vôos em risco.
Agora vejam a liberação que o Legacy recebeu:
Ou seja o controlador diz “direct Poços de Caldas” (o primeiro fixo), o que significava voar pela rota planejada, com seus diversos níveis previstos, até o destino final. O piloto não entendeu, porque não conhecia seu plano de vôo, que indicava PCB como sigla de Poços de Caldas, assim como SBEG que significava Eduardo Gomes. Ou seja, o piloto não entendeu nada por desconhecer as orientações para voar na América do Sul e os nomes das cidades de sua rota, e além disto não questionou esta liberação como está previsto nas normas.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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